segunda-feira, 21 de março de 2011

Bird: catástrofe no Japão vai custar caro, mas crescimento voltará ao país

CINGAPURA — O terremoto e posterior tsunami que devastaram parte do nordeste do Japão no dia 11 de março podem custar o equivalente a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) ou 235 bilhões de dólares, informou o Banco Mundial (Bird), mas os esforços de reconstrução devem estimular a economia.
"Com base em experiências do passado, o crescimento real do PIB será afetado negativamente em meados de 2011", afirma um documento do Banco Mundial.
O Bird acredita que a economia japonesa crescerá nos próximos trimestres com a aceleração dos esforços de reconstrução, que podem durar cinco anos.
A menor estimativa dos custos calculada pelo Banco Mundial alcança 122 bilhões de dólares, ou seja, 2,5% do PIB.
Também nesta segunda-feira a resseguradora suíça Swiss Re afirmou que terá um custo de pelo menos 1,2 bilhão de dólares com a tragédia japonesa.
Mas o Bird destaca que a economia japonesa crescerá nos próximos trimestres com a aceleração dos esforços de reconstrução, que podem durar cinco anos.
A menor estimativa dos custos calculada pelo Banco Mundial alcança 2,5% do PIB.
Depois de um crescimento estável de vários trimestres desde o fim da recessão de 2008-2009, o PIB japonês caiu 1,3% em ritmo anual entre outubro e dezembro de 2010.
Antes do terremoto, a maioria dos economistas apostava em uma recuperação no primeiro trimestre de 2011.
Desde semana passada, o Japão também luta para evitar uma catástrofe nuclear na central de Fukushima, que sofreu graves danos com o tremor e tsunami de 11 de março.
As catástrofes provocaram forte baixa na Bolsa de Tóquio na semana passada.
O iene registrou forte valorização na comparação com o dólar, antes do anúncio de uma ação coordenada dos países do G7.
O diretor do Bird para a região, Vikram Nehru, afirmou que a tragédia também afetará as demais economias asiáticas, mas que é muito cedo para fazer uma estimativa de custos.
"No futuro imediato, o impacto mais importante será em termos de comércio e finanças", segundo ele.
O terremoto de 1995 em Kobe ocasionou uma queda do comércio japonês durante vários trimestres, mas um ano depois as importações havia recuperado seu nível normal e as exportações alcançaram 85% de seu nível de antes do terremoto.
"Mas nesta ocasião, a perturbação das redes de produção, em particular das indústrias automobilística e eletrônicas, pode continuar sendo um problema dentro de um ano", alertou o banco.
Grandes grupos como o gigante automobilístico Toyota e de eletrônica Sony suspenderam sua produção em inúmeras fábricas depois do tremor.
Algumas empresas começaram a retomar sua atividade, mas, neste contexto, a filial sul-coreana da General Motors, GM Korea, prevê reduzir sua produção diante de uma possível falta de peças procedentes do Japão.
Os preços dos 'chips' eletrônicos, dos quais o Japão responde pelo abastecimento de 36% da produção mundial, também aumentaram cerca de 20% em algumas categorias, segundo o Banco Mundial.
Segundo o organismo internacional, o comércio do resto da Ásia do Leste com o Japão representou 9% do comércio externo da região nos últimos anos.
As exportações da região poderão retroceder entre 0,75 e 1,5% se o PIB japonês chegar a cair entre 0,25 e 0,50%.

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