terça-feira, 1 de março de 2011

ONU suspendeLlíbia de Conselho de Direitos Humanos

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) suspendeu por unanimidade na terça-feira a Líbia como país membro do Conselho de Direitos Humanos da entidade devido ao uso da violência pelo governo líbio na repressão aos protestos. A resolução foi aprovada pela Assembleia Geral, formada por 192 países, com base na recomendação do Conselho de Direitos Humanos sediado em Genebra, na Suíça.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou o movimento da assembleia para suspender a Líbia do conselho, a decisão da entidade de direitos humanos de abrir uma investigação sobre os abusos cometidos no país norte-africano e do Conselho de Segurança de levar o país ao Tribunal Penal Internacional. "Essas ações enviam uma mensagem forte e importante - uma mensagem de grande importância na região e fora dela - de que não há impunidade, de que aqueles que cometem crimes contra a humanidade serão punidos, de que os princípios fundamentais de justiça e responsabilidade devem prevalecer", disse Ban.
Manifestantes exigem a saída de Muammar Kadafi, no poder há 41 anos, e têm sido reprimidos com violência. O líder já perdeu o controle sobre grande parte do país, após duas semanas de revolta, a mais sangrenta na atual onda de levantes no mundo árabe.
Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi
Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.
Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que aeronáutica líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.
Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.
Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renunciou e pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbios também pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.Fonte:site terra

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